A Fundação Cazuza fez justiça à memória do cantor e compositor ao proibir que a música “Brasil” seja executada em atos da direita bolsonarista. Para quem tem alguma dúvida sobre como pensava o cantor a respeito da direita, recomenda-se que veja um trecho da entrevista dele concedida a Marília Gabriela, no final de 1988.
A entrevistadora pergunta:
— O seu desprezo total?
Cazuza responde:
— O meu desprezo total: Pela direita — diz, sem hesitar.
Em seguida, explica por quê. Veja o vídeo. E, mais abaixo, a nota divulgada pela fundação, assinada Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, George Israel e Nilo Romero.
Prezados Senhores,
Foi com grande pesar que tomamos conhecimento através de artigo no jornal Folha de São Paulo, do dia 03/05/2020 com o título “Bolsonaro Volta a apoiar ato contra o STF e Congresso e diz que Forças Armadas estão ao ‘lado do povo’”, que a música “BRASIL” foi uma das usadas na manifestação. Brasil é uma música de grande importância na democracia brasileira e ser usada junto a gritos de ordem e cartazes que pedem o fim da democracia é inaceitável.
Com base nas prerrogativas dadas pelo artigo 29 da Lei de Direitos do Autor (Lei 9610/98), a Viva Cazuza desde logo torna pública a proibição da execução de qualquer obra ou intepretação de Cazuza em qualquer evento e/ou manifestação dessa natureza, ficando qualquer um que desrespeite esta proibição sujeito à aplicação das sanções civis e penais cabíveis em virtude de violação de direitos autorais.
Apoiamos a democracia e não atitudes violentas. Seguimos as orientações da OMS que recomenda que a população fique em casa, em isolamento, pensando no bem de todos, sendo solidários e trabalhando para diminuição do sofrimento e privação dos mais vulneráveis.
Atenciosamente,
Lucinha Araújo(Cazuza), George Israel e Nilo Romero
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