Pastor Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial, pode ser investigado pelo MP-SP. Órgão também pediu para que Youtube tirasse vídeo do ar.
O Ministério Público Federal (MPF) pediu para a plataforma Youtube tirar do ar um vídeo no qual o pastor Valdemiro Santigo, da Igreja Mundial do Poder de Deus, anuncia uma semente que tem propósito de “curar” o coronavírus. O pastor ainda anuncia no vídeo a intenção de que o grão seja vendido a R$ 1 mil a cada fiel. Segundo o MPF, tal ato pode configurar no crime de estelionato, e deve ser investigado pelo Ministério Público estadual de São Paulo.
“O MPF solicitou que, além de retirar do ar, o YouTube mantenha o material preservado e acautelado em arquivos da empresa, na íntegra, bem como o registro do quantitativo de acessos a eles, para eventuais e futuras providências de responsabilização. A empresa deve responder em cinco dias se tomou as providências requeridas.”, informou o MPF nesta segunda-feira 11.
O MPF solicitou que, além de retirar do ar, o YouTube mantenha o material preservado e acautelado em arquivos da empresa, na íntegra, bem como o registro do quantitativo de acessos a eles, para eventuais e futuras providências de responsabilização. A empresa deve responder em cinco dias se tomou as providências requeridas.”, informou o MPF nesta segunda-feira 11.
No vídeo, o pastor diz que a igreja coleta casos de pessoas curadas após terem semeado o produto. “Só tem um jeito de se vencer essas fases difíceis: semeando. Essa semente, “sê tu uma benção”… você vai semear essa semente e na planta que nascer vai estar escrito ‘Sê tu uma benção'”, diz Valdemiro. Depois, dá o lance inicial – ou “propósito” – de R$ 1000 por fiel. Para quem não puder, o pastor ainda sugere outros valores para financiar a mentira, como R$ 500 ou R$ 100, no mínimo.
Valdemiro Santigo é do circuito de líderes evangélicos que apoiam o presidente Jair Bolsonaro e não propagam notícias conscientizadoras sobre a pandemia, haja vista que as páginas e os sites da Igreja Mundial não possuem recomendações seguras para os fieis.
Para o MPF, o pastor utiliza um “disfarce linguístico” para poder extorquir as vítimas. “Não se pode, a título de liberdade religiosa, permitir que indivíduos inescrupulosos ludibriem pessoas vulneráveis e firam a fé pública.”, escreve o procurador Wellington Saraiva.
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- Fonte: Carta Capital
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