O Papa Francisco, que é argentino, citou o poeta brasileiro Vinícius de Moraes, neste domingo (4), em encíclica sobre a fraternidade.
Em um momento do texto, ao falar de como diferentes culturas devem conviver, Francisco fez referência à canção Samba da Bênção: “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro na vida”.
O Papa falava sobre incentivar a cultura do encontro, em que todos podem aprender algo e na qual ninguém é inútil. “Isto implica incluir as periferias. Quem vive nelas tem outro ponto de vista, vê aspetos da realidade que não se descobrem a partir dos centros de poder onde se tomam as decisões mais determinantes.”
A encíclica Todos Irmãos, cujo nome foi tirado de um texto de São Francisco de Assis escrito no século 13, dizia que a pandemia de Covid-19 é a última crise a provar que as forças de mercado sozinhas não produziram os benefícios sociais que seus proponentes prometeram.
Nela, o Papa falou sobre assuntos como imigração, a distância entre ricos e pobres, injustiças econômicas e sociais, desequilíbrios na atenção à saúde e o aumento da polarização política em muitos países.
Na encíclica, o Papa fez duras críticas ao neoliberalismo: “O mercado, por si só, não resolve tudo, embora às vezes nos queiram fazer crer neste dogma de fé neoliberal. Trata-se dum pensamento pobre, repetitivo, que propõe sempre as mesmas receitas perante qualquer desafio que surja”.
Fonte: Revista Fórum
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