O dia 5 de junho é celebrado internacionalmente como o Dia Mundial do Meio Ambiente. Uma data em que governos e empresas divulgam mensagens demagógicas em defesa da natureza, mas que movimentos ambientalistas, anti-capitalistas e anti-imperialistas utilizam para denunciar a crise ambiental e a responsabilidade do capitalismo no colapso em curso no planeta.
O mundo assiste uma acelerada degradação ambiental, que é reflexo da exploração capitalista cada vez maior. Uma degradação que se reflete em crises alimentares e climáticas em diversos países; na destruição de florestas e biomas; na contaminação dos oceanos e da terra; na perda acelerada da biodiversidade em todo o planeta. A atual pandemia, que segundo estudos está relacionada à devastação de ambientes naturais, é uma demonstração do avanço desse processo. Situações que, principalmente, acabam por resultar no aumento da pobreza e piora das condições de vida da classe trabalhadora, notadamente os mais pobres.
A causa determinante para o aumento dessa degradação e das desigualdades sociais é o modelo de produção e consumo capitalista, guiado pelo lucro. Isso porque o aumento da acumulação capitalista exige uma produção crescente de mercadorias e a exploração desmedida da natureza (na forma de matérias-primas e outros produtos), impedindo-a de se recompor.
Sob Bolsonaro, uma destruição desenfreada
No Brasil, especialmente, temos muitos motivos para fazer desta data um dia de luta e protesto.
Em pouco mais de dois anos de mandato de Jair Bolsonaro e seu governo de ultradireita, vimos o avanço do desmatamento, das queimadas sobre a Amazônia e biomas brasileiros e do garimpo ilegal. Dados da plataforma Terra Brasilis, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), contabilizam um total de 36.226,09 km² em avisos de desmatamento somente na área da Amazônia Legal.
Para defender os interesses de madeireiras, mineradoras, latifúndio, agronegócio, garimpeiros ilegais e setores empresariais em geral, Bolsonaro e seu ministro da “destruição” do meio ambiente Ricardo Salles têm aplicado a famosa política de “passar a boiada”, com um discurso antiambientalista, com projetos de lei e o desmonte de todo o serviço público voltado à área e perseguição a cientistas e órgãos de fiscalização ambientais.
Não à toa, Salles é acusado de favorecer setores empresarias em detrimento da defesa do meio ambiente. Na última quarta-feira (2), inclusive, a ministra do STF (Supremo Tribunal Federral) Carmem Lúcia determinou à PGR (Procuradoria Geral da República) abertura de investigação contra Salles pelos indícios de ter facilitado a exportação ilegal de madeira e atrapalhar as investigações da Polícia Federal.
O fato é que Bolsonaro e Salles afrouxaram a fiscalização do Meio Ambiente, demitiram e perseguiram cientistas e instituições de pesquisa, como o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais); desmontaram ou intervieram em órgãos de proteção ambiental como o ICMBio e o Ibama.
Para avançar no ataque ao meio ambiente e garantir os interesses da burguesia, o governo Bolsonaro vem atacando ainda os maiores defensores da natureza, por isso, também temos assistido um avanço na perseguição aos indígenas e quilombolas, trabalhadores e pequenos proprietários rurais.
É uma política de extermínio da floresta e do povo que dela depende, inclusive aprovando no parlamento, com apoio da bancada da bala e ruralistas, leis que facilitam a posse de armas para grandes proprietários de terra, incentivando assim a perseguição e o assassinato de ativistas do campo e das florestas. Isso provoca a expulsão dessas populações de seus territórios, o que também ocorre por conta da construção de grandes obras públicas e privadas, como hidrelétricas, portos, estradas, resorts e outros empreendimentos.
Por tudo isso, neste sábado, 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, também é dia de dizer Fora Bolsonaro e Mourão, já, bem como reforçar que a efetiva defesa do meio ambiente só pode se dar com a superação deste sistema capitalista e a construção de uma nova sociedade socialista.
Pelas redes sociais, estão sendo convocadas, às 12 horas de cada país, ações de denúncia. Em Brasília (DF), haverá uma ação unitária nacional. O lema central será: Povo Vivo! Floresta em Pé! Fora Bolsonaro! E as hashtags para serem usadas no dia serão: #EmDefensaDelPlaneta e #PovoVivoFlorestaEmPé.
Fonte: http://cspconlutas.org.br
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