Após ter lançamento adiado por dois anos, filme estreará em 4 de novembro; releia entrevista do ator concedida em 2019
“‘Cuidado que o Marighella é valente’, alertou um agente da repressão antes de umas das muitas tentativas de captura do líder revolucionário durante a ditadura militar”. A passagem da biografia de Carlos Marighella, escrita por Mário Magalhães, retrata uma das principais facetas do protagonista do filme dirigido por Wagner Moura, que estreia nos cinemas nacionais, depois de dois anos de espera, no próximo dia 4 de novembro. A data marca os 52 anos do assassinato do guerrilheiro brasileiro.
A estreia mundial do longa ocorreu no Festival de Berlim de 2019, dias antes do ator ter concedido esta entrevista. No festival, o filme foi aplaudido de pé. Ele também por outros inúmeros festivais internacionais em Seattle, Hong Kong, Sydney, Santiago, Havana, Istambul, Atenas, Estocolmo e Cairo.
A demora pela estreia nos cinemas brasileiros foi considerada pelo ator como um episódio de censura e de pressão da gestão da Agência Nacional do Cinema (Ancine) no governo Bolsonaro. Isso porque a Diretoria Colegiada da Ancine vetou um pedido de reembolso de mais de R$ 1 milhão, feito pela produtora do filme, como montante responsável pelo investimento na comercialização do longa. Esse tipo de reembolso via Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) é um direito a que as grandes produções cinematográficas nacionais podem ter acesso.
Essa é a primeira vez que Wagner Moura, mais conhecido por seu papel como Capitão Nascimento no filme “Tropa de Elite”, trabalha como diretor. De cara, ele assumiu como desafio reconstruir parte da trajetória de Marighella: poeta, militante comunista desde a juventude, deputado federal e fundador do maior grupo armado de oposição à ditadura, a Ação Libertadora Nacional (ALN).
O filme, que vai do drama à ação, conta justamente sobre o período mais conturbado e radical da vida do baiano como guerrilheiro. “A minha escolha por esse recorte também atende a vontade de que o filme seja popular, que muita gente veja, sobretudo as pessoas pelas quais Marighella lutava, o que é uma questão quando você pensa que o cinema é um divertimento elitizado no Brasil”, explicou.
José Eduardo Bernardes e Mariana Pitasse
Fonte: Portal BRASIL CULTURA
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