Quando se recorda o nome de Gustavo Corção, a primeira ideia que vem à mente do escasso público que ainda o reconhece em nosso transtornado século XXI é a de um “reacionário” que combateu as esquerdas e as reformas do Concílio Vaticano II nos anos 1960 e 1970. A opinião é tão falsa quanto injusta, sobre um dos nossos maiores escritores, um católico fiel, e um pensador com amplo espectro de interesses e uma acuidade analítica que não se tornou estéril de sensibilidade e encanto literário.
Ler Corção é revisitar o Ocidente nos seus radicais valores: a dignidade da pessoa, a transcendência da lei natural, o vigor prudencial da família e a prevalência da ordem da caridade. Corção mediu-se com este ápice civilizatório em um Brasil conflituoso e em processo de modernização, que desafiou o convertido, o engenheiro sem diploma, o jornalista epigonal, a dar respostas antigas para novas perguntas. Missão que realizou com ímpar maestria e dedicação, apenas explicadas pela maneira como se interpenetraram sua fé, sua razão e sua vida.
A Fundação Biblioteca Nacional convida para um episódio da série “Cânones Brasileiros”: Gustavo Corção
Terça-feira, 27 de Setembro, às 16h.
Por Marcos Cotrim
Marcos Cotrim possui Doutorado em História Social (UFRJ/2013), mestrado em Filosofia (UFRJ/1992) e graduado em Filosofia (licenciatura) pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo (1985). Tem experiência docente na área de Filosofia, com ênfase em Metafísica e Ética, ocupando-se principalmente dos seguintes temas: pensamento brasileiro, educação, religião e política, filosofia medieval, história intelectual. Possui também experiência de coordenação e gestão acadêmica. Dedica-se a pesquisa no campo da história das ideias religiosas e políticas, direito e história cultural e ambiental com foco em comunidades fluminenses do Vale do Paraíba.
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