Exportar tradução: uma versão do Brasil
O tradutor, como dizia Ortega Y Gasset, exerce uma “tarefa literária específica”, visto que abre os caminhos de outros idiomas e outras culturas. Essa transposição não é tarefa fácil, exige do profissional não só o conhecimento das línguas de origem e de chegada, mas os meandros e atalhos das culturas, algum conhecimento do autor e de seu “entorno”, além de uma boa noção dos limites do traduzir. Não é tarefa fácil, pois envolve interpretação, recriação, sensibilidade e ousadia – tudo dentro dos limites estreitos do respeito ao autor e à obra. Desse modo, o tradutor torna-se um mediador intercultural, um verdadeiro “embaixador”.
A literatura traduzida, portanto, tem um papel de destaque na formação e renovação das várias literaturas nacionais e funciona como um método enriquecedor das culturas. O Brasil, de país essencialmente importador de literatura, aos poucos, vem conseguindo atingir visibilidade literária na nova “aldeia global” da pós-modernidade. Há uma tendência mundial a valorizar as diferentes culturas e, passada a curiosidade do estrangeiro por imagens estereotipadas e exóticas muito em voga até meados do século XX, vemos crescer a difusão de uma produção literária mais diversificada e, portanto, mais representativa da verdadeira cultura brasileira. O sucesso desse novo olhar para a cultura brasileira se deve, em grande parte, aos esforços de instituições governamentais, agentes literários, estudiosos e editoras em divulgar no mercado internacional nossas obras e autores. Nesse cenário, destacamos o papel efetivo da Fundação Biblioteca Nacional com o Programa de Apoio à Tradução de Livros Brasileiros no Exterior, criado em 1984, concedendo bolsas de apoio à tradução e apresentando o autor nacional nas grandes feiras literárias do mundo.
A presente publicação é parte dessa proposta de ampliar e aprimorar a apresentação do conjunto da produção literária nacional. Desde os dias do “Guia conciso de autores brasileiros” em 2002 e 2004, passando pela primeira versão da revista editada entre 2012-2015, a Machado de Assis Magazine chega a uma nova fase. Nas três revistas de 2021, tentaremos retomar e dar publicidade ao melhor da produção dos anos 2015-2021, para, a partir daí, prosseguirmos com as chamadas públicas por novas traduções e versões da brasilidade.
O curador.
Acesse o link da publicação aqui.
Fonte: https://www.gov.br/bn
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