O Festival Inquietações fez parte da caravana da UNE Volante que percorreu o Brasil |
Com a juventude da UNE, o sonho não acaba, ele é ressignificado! Quer um exemplo? O legado do Festival Inquietações.
O festival fez parte da caravana UNE Volante que percorreu 11 universidades nas 5 regiões brasileiras defendendo a democracia e o ensino público, além de abrir espaço para dezenas de novos artistas do teatro, artes plásticas e música . Nesta quinta-feira (07) o ‘Inquietações’ teve o seu encerramento com chave de ouro na Prainha da Escola de Comunicação e Arte (ECA) da Universidade de São Paulo (USP).
Na noite de temperatura fria, mas cheia de estudantes festeiros na Prainha, rolou slam e poesia periférica com Kimani, a música popular e engajada de Nina Oliveira, o rock progressivo regional de Mil Pássaros Dançando e a autoestima negra e legado africano no rap de Rincon Sapiência. Entre abril e junho deste ano, o ‘Inquietações’ em sua parte musical também contou com a participação de nomes já consagrados como MC Carol, RAPadura e o próprio Rincon.
“O maior legado do Festival Inquietações foi deixar aquecido o debate sobre regulamentação de espaços nas universidades para formentar cultura e a extensão universitária”, afirma Camila Ribeiro, coordenadora do Circuito Universitário de Cultura e Arte, o Cuca da UNE.
Em São Paulo, o ‘Inquietações’ falou muito sobre o orgulho negro. Tratar o tema em uma festa uspiana é simbólico, já que em 2018 a USP pela primeira vez aderiu as cotas sociais e raciais para o seu concorridíssimo vestibular. Vitória do movimento negro, periférico e estudantil \o/.O belo desfecho do Festival Inquietações se tornou uma celebração desta conquista.Neste show da USP, o CUCA da UNE somou esforços com o coletivo Opá Negra para juntar o tradicional Quinta i Breja (QiB) com o festival da UNE.
Kimani trouxe o empoderamento das mulheres negras e a arte de periferia para o palco do Festival Inquietações na USP. Crédito: Bárbara Marreiro |
Com um som suingado, a cantora e compositora Nina Oliveira fala sobre questões existenciais, sociais, raciais e de gênero. Crédito: Bárbara Marreiros |
Atração mais aguardada, Rincon Sapiência agitou a Prainha do ECA. Nascido na Cohab I em Itaquera, zona leste de São Paulo, o rapper Danilo Albert Ambrosio, conhecido como Rincon Sapiência (homenagem ao jogador de futebol colombiano que jogou no Corinthians nos anos 90) ganhou vários prêmios em 2017 com o álbum Galanga Livre.
O trabalho passeia por vários estilos musicais, como a ciranda, o samba e o funk. Além da versatilidade do som, Rincon traz um pouco da cultura da África e a valorização da autoestima negra nos ingrediente do seu caldeirão de rimas. Elétrico e interagindo o tempo todo com o público, Rincon lembrou que os negros estão conseguindo mais acesso à USP e puxou o coro de “Fora Temer”. Veja abaixo, vídeos com alguns dos grandes momentos do show
Das muitas canções apresentadas pela banda Mil Pássaros Dançando, destaca-se a bela “Monocromático” que integra o próximo trabalho do grupo. Segundo a banda, a letra e o clipe lançado em março foram inspirados na dura realidade de pessoas sem rede de apoio que vivem em situações precárias pelas ruas do Centro de São Paulo.
O som de influências nordestinas do Mil Pássaros Dançando coloca o dedo na ferida das mazelas paulistas. Crédito: Bárbara Marreiros |
A presidenta da UNE, Marianna Dias, fez a última fala da UNE Volante 2018 e do Festival Inquietações lembrando dos diversos temas tratados durante a caravana que vão servir para estruturar um projeto de país, além de uma universidade atuante e ainda mais diversa com a cara do Brasil. Segundo Marianna, esses temas seguem ainda mais fortalecidos nas lutas da UNE.
Quer saber mais sobre as ideias debatidas por estudantes, pesquisadores (as) e trabalhadores (as) de todo o Brasil durante a UNE Volante ? Leia aqui.
Missão cumprida! Parte da equipe da UNE Volante e a presidenta da UNE Marianna Dias no encerramento da caravana na USP. Crédito: Yuri Salvador
Fonte: UNE
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