Foto: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Dos eleitos, 274 são nomes novos, o que representa 53,4%. Apesar do
sentido da palavra renovar ser melhorar, não foi bem isso o que aconteceu. São
novos nomes com ideias velhas e retrógradas.
A
onda fascista liderada por Jair Bolsonaro (PSL), que defende a Ditadura Militar
(1964-1985), a pena de morte e o porte de armas para a população, elegeu o
Congresso mais conservador das últimas três décadas. A Câmara dos
Deputados, embora tenha 53,4% de sua composição composta por novos
parlamentares, conviverá com pautas mais conservadoras, sobretudo devido a
grande votação recebida por candidatos do PSL, que esperava
eleger no máximo 30 deputados e acabou elegendo 52.
Essa é a maior
renovação dos últimos 24 anos, segundo o Departamento Intersindical de
Assessoria Parlamentar (Diap). Uma alteração expressiva como essa só foi
observada anteriormente nas eleições de 1990 e 1994.
Para o
diretor do Diap, o cientista político Antonio Augusto de Queiroz, o Toninho, a
mudança foi maior do que a esperada. "Foi um resultado que superou nossas
expectativas, pois em todos os outros anos, depois de 1994, a mudança dos
quadros ficou abaixo dos 50%", afirmou em entrevista à jornalista Hylda
Cavalcanti, da Rede Brasil Atual.
Do total de
parlamentares eleitos nesse domingo (7), 274 são novos nomes, que serão
empossados na Câmara pela primeira vez em janeiro de 2019, e 239 foram
reeleitos. Em 2014, o percentual de renovação foi de 46,7% e, em 2010, de
44,25%.
De acordo com
a avaliação do Diap, a tendência é de predomínio das chamadas "bancadas
BBB": a da bala (dos parlamentares que representam forças policiais e
militares), do boi (os que integram o setor ruralista) e da bíblia
(evangélicos).
Por outro
lado, Toninho ressalta que a boa votação de deputados do PT ajudará a fazer o
contraponto com essas forças. Ele alerta, porém, para a tendência de as
bancadas conservadoras virem a atuar para negociar a aprovação e discussão de
matérias de acordo com seus interesses de momento.
Renovação no Senado
também
Já
no Senado, a renovação foi ainda mais intensa. Dos 32 parlamentares que já
exerciam mandatos e se candidataram, apenas oito conseguiram se reeleger.
Ficaram de fora "caciques" como o próprio presidente da Casa, Eunício
Oliveira (MDB-CE), o líder do governo no Congresso, Romero Jucá (MDB-RR), além
de nomes "tradicionais", como Cristóvam Buarque (PPS-DF), Roberto
Requião (MDB-PR) e Magno Malta (PR-ES).
Fonte: CUT NACIONAL
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