Boi bombeiro, boi de piranha na terceira margem
Cantou o poeta Gilberto Gil, certa feita, que sentir é questão de
pele e amor é movimento. Sempre, aqui e agora, estanca-se amor.
A pele da terra é sua floresta, sua caatinga
ou cerrado, mangue, restinga. Nada disso sabem no ringue, imbecis apostadores.
Como tu és ou não, eu já não santo ou saberei. Sei de mim, filho da terra,
Terra, como ti.
Querem fazer do boi um ser que combate o
fogo. Tadinho do boi, na Índia ser tão respeitado, as vacas da maternidade,
tolerância, mansidão, sustento do humano.
Aqui, profana vaca muge heresias. Novos
ventos, leitos banais na ocupação de nossa equação? Estranha aritmética no fogo
da razão.
Crianças Kawaiweté, emfeliz pedagógica canoa e exercício de equilíbrio, prumo e rumo.
Resta-nos apenas a terceira margem do rio,
penso como Guimarães Rosa, mandar fazer uma canoa. Aprendi que coisa séria em
canoa é o remo, seu rumo.
Sem fim seguem absurdas afirmações da função
dos animais. Atribuem qualidades ao gado de corte. De fato é o boi nosso
churrasco, mas fogo não é seu apreço.
Preço da carne são outros 500. Índio pensa
no desequilíbrio da água e seu brilho.
À margem do Xingu, na pesca diária da vida e educação indígena.
Fonte: Jornalistas Livres
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