A Mídia NINJA apresenta uma série especial produzida por Fernanda Mendes Sartori e Filipe Canavese para apresentar o Pantanal e suas características geográficas, sociais, econômicas e ambientais. Acompanhe todos os sábados!
Lembra aquela aula de Geografia do ensino fundamental sobre os tipos de florestas que o Brasil possui? Não? Vamos relembrar! O Brasil possui 6 tipos de florestas dominantes, elas são: Floresta Amazônica, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa e Pantanal. Até aqui tudo bem, né? No Brasil, como em todo lugar do mundo, temos estações de secas e temporadas de chuva, assim como as estações do ano. Mas vamos falar a verdade, de uns anos pra cá, não é isso que está acontecendo e é sobre o Pantanal, essas mudanças e a maior crise enfrentada pelo bioma em sua história que essa série de textos que se inicia hoje vai tratar.
Para falarmos sobre as queimadas no Pantanal, vamos nos localizar?
O Pantanal está localizado entre os países Bolívia, Brasil e Paraguai. No Brasil ele fica nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (Região Centro-Oeste). Apesar de ser o menor bioma brasileiro, é a maior planície de inundação do mundo, 250 mil km2 de extensão. Isso equivale a 35 milhões de campos de futebol.
Por ser uma região de grande biodiversidade, tendo cerca de 650 espécies de aves, 260 espécies de peixes, 100 de mamíferos e 50 repteis, sem contar as mais de 2 mil espécies de plantas, assim, é considerada pela Unesco Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera. E também 3 milhões de habitantes.
De acordo com o site rainforests.mongabay.com, somos “o país com a maior biodiversidade de flora e fauna do planeta”. O Brasil possui o maior número de espécies de mamíferos e peixes de água doce conhecidos e mais de 50.000 espécies de árvores e arbustos, ocupando o primeiro lugar na diversidade de plantas. Entretanto, a perda de floresta tropical (devido à agricultura descontrolada e à extração de madeira) ainda está aumentando.
É realmente uma dádiva saber que o Brasil é grandioso em sua biodiversidade, mas a notícia acima é de novembro de 2019 e de lá pra cá muita boiada foi passada. Já são 40% da área do Pantanal no estado do Mato Grosso destruída pelo fogo, os dados são do Ibama, em parceria com Prevfogo e o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFR. Nesta série de textos que iniciamos hoje vamos entender melhor nossa riqueza, ou pelo menos o que resta dela.
O Pantanal é uma grande área alagada? Deveria ser. As águas que saem do Oceano Atlântico, chegam à Amazônia pelos rios voadores, continuam pela cadeia dos Andes, retornam para Região Centro-Oeste desaguando em chuva no planalto e passa pelo rio Paraguai até chegar e banhar todo o Pantanal.
Mas com as queimadas que estão acontecendo na Floresta Amazônica, os rios voadores estão sofrendo mudanças, como diz o pesquisador do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Antonio Nobre. “Minha maior preocupação é a alteração da circulação dos ventos na América do Sul como resultado do desmatamento”, diz.
Isso significa que as chuvas podem ficar mais intensas e não de uma forma positiva, porque em vez das nuvens que carregam essas águas pararem aos poucos pelo caminho (o que é a maneira “normal”), o que está sendo visto é uma intensificação no vento. Com isso, quando deságua, acontecem grandes desastres em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro que não estão preparadas para receber esse grande volume de água.
Importante lembrarmos que as nascentes também são de grande importância para o Pantanal. O Arco das Nascentes contorna os divisores de água da Bacia e está presente em uma área extensa que vai de Rondonópolis, passando pela Chapada dos Guimarães, Diamantino, até Cárceres.
“Essa região – onde estão as nascentes dos rios Paraguai, Sepotuba, Cabaçal, Jauru, Cuiabá, São Lourenço, Manso, Rio dos Bugres, Coxim e Taquari – é responsável pelo fornecimento de 70% da água que corre para o Pantanal. Por isso, a preservação das cabeceiras dos rios é fundamental para a conservação do bioma”.
Logo, o Pantanal é uma grande planície sedimentar com altitudes variando entre 80 e 200m aproximadamente. Segundo alguns estudos, sua formação origina-se de processos de tectonismo dos Andes, e a sua volta é constituída por planaltos elevados e montanhas baixas, entre 250 e 1200m. E por isso sua peculiaridade é ser a maior área alagada do mundo.
O bioma passou por muitas transformações ao longo dos milênios para ser como o conhecemos hoje. Identificar sua localização, conhecer sua biodiversidade e entender como esse bioma funciona nos ajuda a evitarmos cair em armadilhas de notícias falsas. No próximo texto vamos conhecer um pouco sobre a história do povo Pantaneiro e os primeiros habitantes da região.
Fonte: MídiaNINJA
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