Depois das
manifestações de 7 de setembro, quando o BraZil assistiu a mais um espetáculo
de sandices financiadas por empresários e sabe-se lá por quem mais, e um
presidente da República, utiliza desavergonhadamente recursos públicos para
fazer campanha de violência contra os ministros do STF e achincalhar, pela
enésima vez, a democracia, no dia seguinte o país acordou com bloqueios feito
por caminhoneiros autônomos, que decidiram “parar” o país para apoiar o
principal responsável pelo aumento dos combustíveis, o que não deixa de ser
bisonhamente contraditório.
Enquanto grupos bolsonaristas ainda
saracoteavam em Brasília, começou um forte movimento de resistência, vindos de
todas as partes, abrangendo empresários, lideranças políticas da direita, do
presidente do Senado, do STF e do TSE, além de sermos achincalhados mundo
afora, tendo repercussão na Bolsa de Valores, com uma forte queda no volume de
negócios e aumento do dólar. E o bufão, sentindo o bafo da prisão no seu
cangote, deixou de rugir como o Rei Leão e passou a miar como um gatinho.
Imediatamente vimos emergir das
tumbas da política o senhor Michel Temer, o mordomo de Dilma, responsável pelo
envenenamento do governo da presidenta e que, alçado, via Golpe, à presidência
plantou as sementes do governo seguinte: encheu o ministério de gente do
“centrão” e aplicou o programa neoliberal que agradou demais a Faria Lima.
Temer deslocou-se, não em voo
noturno, como seria de praxe, mas num avião da FAB e desceu em Brasília para
exercer o papel de “escriba da moderação” e passamos a mais um episódio dessa
bizarrice que estamos vivendo, que foi a “carta de arrependimento” do Mandrião,
algo tão patético que virou piada nas redes sociais.
Talvez num futuro saibamos o que
aconteceu nos bastidores do bolsonarismo, principalmente entre os dias 6 e 8 de
setembro, porque ninguém pode ser suficientemente ingênuo para acreditar que o
que o BraZil viu foi o que realmente aconteceu. Mas a transformação do leão
feroz em gatinho miador foi realmente um evento de natureza histórica, pois
nunca se viu um presidente prestes a dar um Golpe de Estado, escrever uma
“Carta ao STF” e pedir perdão por ter sido responsável pela anarquia das
últimas semanas.
O fracasso do golpe bolsonarista tem
vários elementos que deverão ser objeto de análise, mas a realidade se impôs
sobre o Bufão. A economia está em frangalhos e qualquer economista meia-boca
sabe que o responsável por isso é o próprio presidente. Um sujeito que
simplesmente abandonou o governo, deixando que as forças caóticas de um mercado
atingido duramente por uma pandemia, regulassem o que está esculhambado. É
óbvio que isso não funcionaria e hoje, 21 milhões de braZileiros estão
desempregados e desalentados e SESSENTA MILHÕES, cerca de 28,6% de toda a
população, estão com risco de “insegurança alimentar”, um eufemismo chique para
“prestes a passar fome”.
Os agentes econômicos estão em pânico
já que perceberam que de liberal Guedes não tem nada, sendo mais um falastrão
bolsonarista e que Bolsonaro, que mal sabe proferir mais de 500 palavras, quer
mesmo é que a economia exploda, o que poderia gerar uma violenta crise social,
dando a oportunidade para esse celerado decretar um “estado de sítio”, de
“defesa”, de “emergência” ou seja lá que passe pela mente distorcida desse
elemento.
Mas, esse episódio grotesco, uma
espécie de “golpe brancaleônico”, mostrou que o “vírus Bolsonaro” já contaminou
boa parte da população e provavelmente 15% ficará defendendo os “valores” que o
Mandrião elencou como parte da “sociedade cristã ocidental”, o que significa
que esses zumbis antidemocráticos assombrarão esse país, mesmo depois que esse
fulano deixar a presidência. Fanáticos e mercenários formarão esse novo
“exército”, ou seja, a democracia representativa liberal, que permitiu a
ascensão dessa turba, está e estará permanentemente por ela.
Mas, como todo vírus, há vacinas. Os
democratas e progressistas tem o dever de ser essa vacina em nome das quase 600
mil vítimas desse governo, mortas devido a sabotagem do combate a pandemia e
dos quase 80 milhões de pessoas que estão correndo o risco de verem seu futuro
comprometido, pelo desemprego, miséria e fome.
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