Mostra imersiva, em cartaz até 29 de janeiro, reúne 194 fotografias distribuídas em núcleos temáticos, convidando o visitante à reflexão e à ação em defesa do ecossistema
Estreouou, no Museu do Amanhã, localizado no Rio de Janeiro, a exposição “Amazônia”, resultado da imersão de um dos fotógrafos mais famosos do mundo, o brasileiro Sebastião Salgado e sua esposa Lélia Wanick Salgado, na maior floresta tropical do planeta, e convida o visitante à reflexão e à ação em defesa do ecossistema. A exibição fica em cartaz até 29 de janeiro.
Composta por quase 200 painéis fotográficos, “Amazônia” tem causado impacto por onde passa, como França (Museu da Música, Filarmônica de Paris), Itália (MAXXI Museu, em Roma) e Inglaterra (Museu da Ciência, em Londres), lembrando o quão impressionante a vida na floresta é, seja na visão aérea que traz a curva luminosa de um rio, seja nos minuciosos adornos utilizados pelos povos originários.
As 194 imagens impressas são resultado de sete anos de experiências e expedições de Sebastião Salgado na Amazônia brasileira e revelam uma natureza viva, inclusive com um caminho d’água sob os pés dos visitantes e uma trilha sonora elaborada pelo francês Jean-Michel Jarre a partir dos sons da floresta.
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Nas imagens, paisagens do bioma se unem a registros dos povos Awá-Guajá, Zo’é, Suruwahá, Yawanawá, Marubo, Asháninka, Korubo, Yanomami e Macuxi, além de suas culturas, traduzidas pela lente de Salgado. Esse denso universo marcou o olhar do fotógrafo com imagens impressionantes, em sua grande maioria mostradas ao público pela primeira vez. Idealizada e concebida por Lélia Wanick Salgado, a mostra promove um mergulho no coração da Amazônia e é um convite para ver, ouvir e, ao mesmo tempo, refletir sobre o futuro da biodiversidade e a urgente necessidade de proteger os povos indígenas e preservar esse ecossistema imprescindível para o planeta.
“Ao projetar ‘Amazônia’, quis criar um ambiente em que o visitante se sentisse dentro da floresta, se integrasse com sua exuberante vegetação e com o cotidiano das populações locais”, comenta Lélia.
Além das imagens impressas, a exposição apresenta ainda dois espaços com projeções de fotografias. Uma delas mostra paisagens florestais musicadas pelo poema sinfônico “Erosão – Origem do Rio Amazonas”, do compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos (1887-1959); a outra revela retratos de indígenas, com uma composição especial de Rodolfo Stroeter. Também serão exibidos vídeos com testemunhos de lideranças indígenas sobre a importância da Amazônia e os problemas enfrentados hoje em sua sobrevivência na floresta.
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“Esta exposição tem o objetivo de alimentar o debate sobre o futuro da floresta amazônica. É algo que deve ser feito com a participação de todos no planeta, junto com as organizações indígenas”, defende Sebastião Salgado.
A mostra conta com o patrocínio da Seguradora Zurich, que também apoia o Instituto Terra, projeto dos Salgado de recomposição da mata nativa no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais; e patrocínios ouro da Natura e do Itaú.
O Museu e a Floresta
A chegada da exposição Amazônia se soma a uma série de iniciativas que o Museu do Amanhã realiza neste ano com foco na valorização desse bioma. Desde sua inauguração, no fim de 2015, o Museu busca estimular o debate sobre a preservação da floresta por meio de eventos organizados com parceiros, como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e da atualização constante de dados relativos ao desmatamento na região, divulgados na exposição de longa duração.
Em 2022, esse posicionamento ganhou ainda mais força com a exposição Fruturos – Tempos Amazônicos, que ficou em cartaz até junho, acompanhada por uma série de atividades que reforçaram a pergunta central do projeto: como promover um novo modelo de desenvolvimento para a região, que alie saberes tradicionais e conhecimento científico, com o compromisso de manter a floresta em pé? Também neste ano, teremos no LAA (Laboratório de Atividades do Amanhã) a mostra Etnomídia Indígena, que busca aproximar o público de iniciativas como Vídeo nas Aldeias e Rádio Yandê, entre outras que têm em comum a perspectiva da autorrepresentação.
Ao destacar a Amazônia em sua programação, o Museu do Amanhã tem a oportunidade de abordar questões que reverberam pelas mais diversas áreas, em todas as regiões brasileiras. Isso envolve, por exemplo, a necessidade de termos mais investimentos em pesquisa, assim como propostas assertivas para enfrentar as causas e as consequências do aquecimento global. Também passa, de modo fundamental, pela valorização e defesa de populações que historicamente vêm sendo dizimadas em nosso território, como os povos originários. Tudo isso dialoga diretamente com os quatro eixos do museu: sustentabilidade, convivência, conhecimento e inovação.
No Museu, “o amanhã é feito hoje”. Diante disso, receber a exposição Amazônia de Sebastião Salgado neste ano reforça o compromisso de convidar o público para enxergar a potência dos diversos ecossistemas e do nosso meio ambiente, debater as questões urgentes que enfrentamos para um melhor futuro do nosso planeta e repensar nossa existência de uma maneira transformadora.
A atividade está comprometida com a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), que prevê 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), clique aqui para saber mais.
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