Marcelo Camargo/Agência Brasil
Com informações da Agência Pública (Alice de Souza, Clarissa Levy, Mariama Correia, Diana Cariboni)
“É uma prática criminosa que defensores deste tipo de ensino domiciliar têm colocado de forma vexatória através de sites, livros, palestras invadindo espaços educativos”, denuncia Iêda Leal, secretária de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) e atual coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado (MNU), ao repercutir o fato da prática de encorajar pais de alunos a bater e castigar crianças como “forma de educar” no ensino domiciliar, o homeschooling.
“Tudo isso para dizer como se deve torturar criança. Para mim e para muitos educadores do país isso são provas de que precisamos acionar o Ministério Público, os Conselhos Tutelares e reforçar a vigia e a defesa das nossas crianças”, continua Iêda, que também é pedagoga pela PUC-GO e especialista em métodos de ensino.
A proposta de educação domiciliar não é bem vista por pais e mães de alunos. De acordo com a pesquisa nacional Educação, Valores e Direitos, 78% dos entrevistados, disseram que os pais não devem ter o direito de tirar seus filhos da escola e ensiná-los em casa. Nove em cada dez pessoas concordam que as crianças devem ter o direito de frequentar a escola mesmo que seus pais não queiram.
Castigo ou tortura?
Segundo ainda a reportagem, os materiais também afirmam que os pais que não castigam os filhos com a “vara” não amam a Deus ou aos seus filhos. Essa é uma pauta defendida há anos por grupos conservadores e membros do alto-escalão do governo, apesar de essa modalidade de ensino alcançar apenas 0,03% das crianças em idade escolar, segundo estimativas.
Esse tipo de prática que lembra a tortura é proibido na educação pública do Brasil desde 2014.
“Para nós educadores e educadoras do Brasil é uma situação que nós vergonha, saber que no nosso país tem pessoas que defendem a tortura. Educar é a palavra que não pode caber na boca dessas pessoas que defendem a tortura, nós defendemos a liberdade”, aponta a dirigente.
Iêda destaca que as escolas públicas são espaços de acolhimento e de sustentação social, e não lugar de castigo e violência contra as crianças.
Trâmite do Projeto de Lei
Nenhum comentário:
Postar um comentário