Opera Mundi - No programa 20 MINUTOS ENTREVISTA desta quarta-feira (01/12), o jornalista Breno Altman entrevistou o escritor Gilberto Nascimento sobre o crescimento das igrejas evangélicas e sua relação com a política brasileira.
“O neopentecostalismo é a religião do neoliberalismo porque tem essa coisa do empreendedorismo, da busca por prosperidade, por ganhar bem. E é um discurso que ressoou com setores menos privilegiados da população. A teologia da prosperidade diz que a riqueza é uma bênção de Deus, que ele quer ver as pessoas ricas e prósperas, então basta doar a Deus e, por tabela, à igreja e ao pastor, que você irá receber”, começou explicando o jornalista.
Assim, a lógica das igrejas fundamentalistas se assemelharia mais à de uma empresa que quer aumentar seu poder de influência sobre a população e a política para obter benefícios financeiros. Nascimento reforçou esse argumento contando que chegou até a ler o livro do pastor Edir Macedo, publicado em 2007, “e não consegui ver ali fundamentação política ou ideológica”.
Nesse sentido, o grupo — que não é único e homogêneo, chegando até a existir evangélicos de esquerda — não teria um projeto de poder de construir um Estado teocrático cristão: “Acho que se eles conseguissem, iam adorar, mas não dá para dizer que têm esse projeto. Por enquanto têm relações mais pragmáticas e fazem alianças em torno de interesses e objetivos específicos”.
Por isso, também se trata de um grupo que, apesar de ter suas preferências políticas, se transforma a cada governo “para poder se dar bem com o grupo que for”. O jornalista destacou que os evangélicos da Assembleia do Reino de Deus e da Universal, os dois grupos mais poderosos e conservadores, chegaram a demonizar o Partido dos Trabalhadores e Lula, mas, quando ele venceu as eleições, “embarcaram de maneira intensa no governo”.
“Aliás, mesmo nas eleições de 2018, com Bolsonaro, que era o candidato mais próximo ao que eles queriam, Edir Macedo começou apoiando Geraldo Alckmin, porque se pensava que ele tinha mais chances de ganhar do que Bolsonaro”, ponderou.
Fonte: BRASIL 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário