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quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Jovens ocupam posto da PM em Luziânia e o transformam em espaço cultural

A cidade está na 5ª posição entre as piores do Brasil para os jovens e é considerada a 21ª mais violenta do país,

Por Evelin Mendes
Luziânia é um município do estado de Goiás que fica no entorno do Distrito Federal; na região, de acordo com o Atlas da Violência, 9 a cada 10 jovens assassinados são negros. A cidade está na 5ª posição entre as piores do Brasil para os jovens e é considerada a 21ª mais violenta do país. Ainda de acordo com o Diagnóstico dos Homicídios no Brasil, a cidade não conta com nenhum Ponto de Cultura. Diante desta realidade, jovens do Coletivo VAMOS juntamente com o projeto 1000 Jovens Para Mudar a Política de Goiás do Brasil ocuparam um posto policial desativado no Parque Sol Nascente, bairro da periferia de Luziânia e o transformaram em uma ocupação cultural, o primeiro Ponto de Cultura da cidade.
De acordo com o jovem Gabriel Eduardo, um dos líderes do movimento, a ocupação tem como objetivo promover o acesso à cultura e educação para toda a comunidade, especialmente para a juventude periférica que tem pouco ou quase nenhum acesso a estes direitos fundamentais.
“A nossa ocupação nasce com o objetivo de resistir ao atual modelo capitalista das cidades que faz com que direitos fundamentais como a cultura, sejam transformados em mercadoria, colocando os equipamentos culturais sempre mais próximos dos bairros mais nobres e fazendo com que as periferias se tornem lugares cada vez mais hostis para o convívio social. Para nós essa lógica deve ser invertida e por isso a ocupação é localizada na periferia. Ao mesmo tempo, o fato de ocupar um posto da polícia militar desativado para nós também é muito simbólico, pois o atual modelo de segurança pública não leva em conta a preservação da vida saudável para a juventude da juventude da periferia.” diz.
A Ocupação Cultural leva o nome de Denniel Santos, um jovem brutalmente assassinado na área central de Luziânia, e é financiada pelo Fundo de Arte e Cultura de Goiás, por meio do Edital de Fomento à Juventude – 2016 e tem apoio institucional da Secretaria de Governo de Luziânia.
Sobre o funcionamento do espaço, Gabriel diz que será multi-uso e a condução será de forma horizontal e autogestionada, onde cada morador ajudará da forma que puder, visando o bem da comunidade com a promoção da educação e da cultura, objetivando principalmente a retirada dos jovens da situação de vulnerabilidade que a região oferece.
Foto: Divulgação
REVISTA FÓRUM

PICADO PELA MOSCA AZUL DO PODER, ELE VIROU 'BOLSONARO PAZ & AMOR'. VEJAM COMO ELE ERA ANTES DO ENGANA-TROUXAS.

Por Bernardo Mello Franco

BOLSONARO SEM RETOQUES

Jair Bolsonaro desembarcou nos Estados Unidos para divulgar sua candidatura a presidente. Em segundo lugar nas pesquisas, o deputado tenta suavizar o discurso para parecer menos radical. É um bom momento para ouvir o que ele dizia antes de sonhar com o Planalto.

Em 1999, o capitão reformado expôs suas ideias no programaCâmera Aberta, na Bandeirantes [vide abaixo]. Em 35 minutos, ele defendeu a ditadura e a tortura, pregou o fechamento do Congresso e disse que o Brasil precisava de uma guerra civil, mesmo que isso provocasse a morte de inocentes.

A entrevista mostra um Bolsonaro sem retoques. À vontade, ele se gaba de sonegar impostos e estimula os telespectadores a fazerem o mesmo. "Conselho meu e eu faço. Eu sonego tudo que for possível", afirma. Depois, diz que a democracia é uma "porcaria" e conta o que faria se chegasse ao poder: "Daria golpe no mesmo dia. Não funciona".
A máscara não lhe assenta bem. Vai tirá-la após a eleição?

O deputado afirma que Chico Lopes, ex-presidente do Banco Central, merecia ser torturado em pleno Senado. "Dá porrada no Chico Lopes. Eu até sou favorável a CPI, no caso do Chico Lopes, tivesse pau de arara lá. Ele merecia isso: pau de arara. Funciona. Eu sou favorável à tortura."

Mais adiante, Bolsonaro defende o fuzilamento do presidente Fernando Henrique e revela desprezo pelas eleições diretas: "Através do voto, você não vai mudar nada neste país. Nada, absolutamente nada. Você só vai mudar, infelizmente, quando nós partirmos para uma guerra civil aqui dentro. E fazendo um trabalho que o regime militar não fez. Matando 30 mil, e começando por FHC".

O apresentador Jair Marchesini ainda ensaia conter o deputado. Ele insiste: "Matando. Se vai [sic] morrer alguns inocentes, tudo bem. Tudo quanto é guerra, morre inocente".

Bolsonaro não era um jovem desavisado ao dar essas declarações. Tinha 44 anos e exercia o terceiro mandato de deputado —hoje está no sétimo. Era filiado ao PPB (atual PP), o partido de Paulo Maluf.

Márcia Tiburi contesta “inquisidores”: “Arte é algo que faz bem”

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Marcia Tiburi
Em vídeo gravado para os Jornalistas Livres, ela faz uma sugestão: “”Eu gostaria de sugerir que nesse momento em que o Brasil é levado à histeria política e ao caos, que as pessoas pudessem voltar a si e buscar uma abordagem mais razoável sobre esses assuntos que são todos tão complexos.”
Segundo Márcia, a postura que a postura que “muitas pessoas vêm tendo em relação às artes não é apenas a falta de conhecimento. É uma postura antiética, imoral e que mística a má fé…Há toda uma onda de violência cintra as artes que nuca fizeram mal a ninguem Arte é algo que faz bem, melhora a sensibilidade, a inteligência e desse modo melhora tb o agir no mundo”.
Delírio de uns levou outros à morte

A onda moralista que começou com a censura à exposição Queermuseu, no Rio Grande do Sul, causou a apreensão pela polícia do quadro Pedofilia da exposição Cadafalso de autoria da artista mineira Alessandra Cunha, a Ropre. Desde junho no Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (Marco), a exposição ganhou censura de 18 anos. A censura partiu de alguns deputados locais.

“O título (da obra) era “Pedofilia”. Qual foi o raciocínio que os deputados do Mato Grosso do Sul (que pediram o confisco de obra da exposição “Cadafalso”, da artista Alessandra Cunha, em Campo Grande) tiveram? Eles viram o título e, por indução, entenderam que a obra era pedofilia, que ao invés de questionar, ela incitava. Na verdade, se vocês virem a pintura, é até uma obra ingênua, que remete à solidão e ao abandono da criança quando se encontra numa situação de abuso…”, comentou Márcia.
Segundo ela, “A imaginação doentia dos inquisidores do Século XV que descreviam relações sexuais entre bruxas e demônios (“Martelo das Feiticeiras” – tratado escrito por inquisidores da época), ofereceu fundamentos para incriminar e matar pessoas inocentes, ou seja, o delírio de uns, prejudicou outros até a morte…”
Fabricação de mitos

Márcia lembrou que aqueles que “querem aparecer”, sejam políticos e os “ativistas” tem usado a “velha tática da mistificação”. “O que é a mistificação? É a criação de uma verdade que em seu todo é falsa mas que move as emoções das pessoas em um nível impressionante. O apelo ao moralismo é, em geral, usado por pessoas e instituições sem ética alguma… Podemos fabricar mitos a qualquer hora, mas isso é errado do ponto de vista ético”.

De acordo com Márcia, a sociedade precisa estar atenta e não “comprar ideias prontas”. “A televisão vem vendendo opiniões baratas junto com movimentos que brincam com a nossa ingenuidade. Não sejamos os otários que compram ideias prontas só por que parecem baratas ou fáceis de digerir. Fiquemos atentos, a nossa alma vale muito e tem muita gente, desde sempre, tentando capturá-la…”
Do Portal Vermelho com informações dos Jornalistas Livres

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Audiência pública debate o genocídio da juventude negra em São Paulo, nesta terça (10)


O movimento negro se une à deputada estadual Leci Brandão (PCdoB) para realizar, nesta terça-feira (10), às 18h30, uma audiência pública para debater a matança de jovens negros, pobres e moradores da periferia. A audiência acontece no Auditório Paulo Kobayashi da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp, na av. Pedro Álvares Cabral, 201, na capital paulista).
Lidiane Gomes, secretária da Igualdade Racial da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em São Paulo (CTB-SP), conta que leciona em escola pública da periferia há 14 anos e há 5 anos em escola da rede privada e sente a diferença de perspectivas de vida porque “como pode uma criança pobre acreditar que o estudo lhe dará boas chances de ter uma vida abastada, se ela vai para a escola esperando sua primeira refeição do dia?”
audiencia contra genocidio juventude negra
Participarão da audiência mães que perderam seus filhos pelas mãos do Estado e as entidades do movimento negro em São Paulo, além da Rede de Proteção e Enfrentamento ao Genocídio. A deputada Leci Brandão convida a todas as pessoas que acreditam na necessidade de parar com essa matança a parrticiparem dessa audiência.
Confirme presença pela página do Facebook da audiência aqui.
O Atlas da Violência 2017, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que de cada 100 pessoas assassinada no Brasil entre 2005 e 2015, 71 foram negras, boa parte de jovens.
Ainda de acordo com o Atlas, mais de 318 mil jovens foram assassinados no país nesse período. Os homens jovens, negros e pobres continuam sendo as principais vítimas com mais de 92% das mortes.
Gomes ressalta a necessidade de criação de políticas públicas para combater a brutal diferença das escolas públicas da periferia e as escolas particulares. “Na periferia, as crianças e jovens ficam expostos a todo tipo de violência e até ao aliciamento por traficantes. Aí ou morrem pelas mãos da polícia ou pelo tráfico”.
Por isso, denuncia a professora de história no interior de São Paulo, “as crianças da escola pública têm menos chances de sobreviverem do que os da escola privada. Essa audiência pode apontar caminhos para mudarmos essa triste realidade”.
Campanha contra o genocídio da juventude negra 
Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy

Dia Nacional da Consciência Negra - 20 de novembro - pode virar feriado em todo o país


O movimento negro luta há bastante tempo para que o Dia Nacional da Consciência Negra - 20 de novembro - seja realmente nacional. Na última sexta-feira (6), a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 296/15, que visa tornar o feriado de caráter nacional. Agora o PL do deputado Valmir Assunção (PT-BA) vai a plenário.
“Essa é uma reivindicação que buscamos desde 1995 de forma mais objetiva. Desde os 300 anos da imortalidade de Zumbi dos Palmares”, afirma Mônica Custódio, secretária da Igualdade Racial da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
“Minha percepção é que é mais uma aparente vitória. Aparente porque ainda que seja luta de décadas, acaba sendo tratada como moeda de troca”, argumenta. Isso porque “esse Congresso não tem mostrado sensibilidade para as aspirações populares, menos ainda para a população negra”.
Mesmo assim, para ela, é um passo importante para a sociedade reconhecer que “Zumbi é um herói nacional. Ele representa uma sociedade altiva, sustentável, solidária e igualitária nas relações entre gênero e raça”.
Em 2018 se comemora os 130 anos da Abolição, portanto, é muito importante que “o 20 de novembro se torne feriado nacional, acabando com a celeuma de muitos municípios não respeitarem essa data”, acentua Custódio.
Justamente por “renegarem a trajetória dos seres humanos escravizados, que por quase quatro séculos foram o sustentáculo desta nação e ainda são”. A sindicalista carioca lembra das manifestações de racismo que crescem no país e da discriminação que a “população negra sofre, inclusive no mercado de trabalho”.
Para o relator do projeto, Chico Alencar (PSol-RJ), “a data escolhida procura homenagear uma figura histórica de extrema importância e que denota a necessidade de pluralizarmos nossos heróis nacionais”.
Tramitação
O projeto foi aprovado pela Comissão de Cultura, mas rejeitado na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviço. Agora segue para análise do Plenário da Câmara.
Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy com informações da Agência Câmara
Adaptado: CPC/RN - Em, 10/09/2017

Evento colaborativo incentiva arte na sede das entidades


Um dos mais emblemáticos locais da movimentação estudantil está de cara nova. No último domingo (8/10), a sede da UBES ( União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), UPES ( União Paulista dos Estudantes Secundaristas), UNE (União Nacional dos Estudantes), UEE-SP ( União Estadual dos Estudantes de SP) e ANPG ( Associação Nacional de Pós-Graduandos), em São Paulo, recebeu 10 horas seguidas de atividades culturais organizadas colaborativamente.
Além de batalha de rimas, apresentações, exposição de artesanato e flashday de tatuagem, esta edição do evento Quintesia contou com um grafitaço com vários artistas, que renovou a estética da sede



Esse espaço na Vila Mariana, que já recebeu saraus, assembleias, manifestações, aulas públicas passa por transformações constantes e as diretorias das organizações, somadas ao CUCA (Circuito Universitário de Cultura e Arte) da UNE e o CUCA SP criaram o evento, para reformular visualmente o local, a partir da conjuntura atual das lutas estudantis e sociais, e apresentá-lo como um centro de encontro divulgação de arte e integração.
“O movimento estudantil tem a tradição de fomento e difusão da cultura ao longo de sua trajetória. Reunir nesse evento, na sede das organizações de estudantes, os artistas de rua, em um momento como esse, em que se apagam grafites na rua, há ameaça de privatização dos patrimônios públicos e espaços culturais, é bastante simbólico, uma vez que a arte novamente surge como resistência política”, afirma Camila Ribeiro, coordenadora do CUCA da UNE.
Fotos: Nataly Fernandaes, Angela Helena e Amanda Macedo










Fonte; UBES








"A COMPRA E VENDA É UM ARTIFÍCIO COMPLEMENTAR DE ESCRAVIDÃO SUBLIMINAR"

Robert Kurz
COMPRAR E VENDER, UMA IRRACIONALIDADE SOCIAL E SEU SIGNIFICADO POLÍTICO-INSTITUCIONAL

"Enquanto não conseguir questionar os fundamentos do sistema, a esquerda seguirá desorientada. E, se aproveitar o bonde da administração estatista da crise para propor suas
reformar sociais, descarrilará com ele"
(Robert Kurz, em entrevista)
O mundo elegeu a concorrência de mercado como um instrumento de aferição eficaz de competência e equalização de preços, a invisible handde Adam Smith. 

Mas a economia de mercado, por contradições dos seus próprios fundamentos, vive agora um momento de depressão final, pois já não se pode comprar e vender como antes, bem como não podem ser produzidas mercadorias num volume de valor capaz de irrigar a chamada economia real (o sistema financeiro) e promover a sustentação do Estado. Isto ocorre por razões não denunciadas por Smith, mas previstas e criticadas com profundidade por Marx. 

Daí se observar, mundialmente, uma alternância de governos de direita e de esquerda com acusações mútuas de incompetência, enquanto se aprofundam as dificuldades dos indivíduos sociais transformados em cidadãos (enquadrados como mantenedores do estado e presumivelmente por ele protegidos, mas, na verdade, por ele oprimidos, num engodo capaz de superar os mais incríveis números de ilusionismo do lendário Houdini). 

Aos cidadãos somente é oferecida a possibilidade de escolha pelo voto de quem vai governar; trata-se de um modo pelo qual ele é chamado a ratificar um sistema que faz água por todos os lados; uma camisa de força institucional e mental que os impede de pensar fora do que está posto, como se tudo que aí se encontra fosse algo ontológico à existência humana.

Entretanto, a inconsistência do sistema produtor de mercadorias e do próprio mercado, aliado à institucionalidade governamental de direita ou de esquerda, numa alternância inócua que somente aprofunda o caos em curso, já desperta na população (principalmente nos mais jovens) a suspeita de que o buraco é mais embaixo.

Desfiar aqui as estatísticas da miséria que comprovam a decadência social mundo afora, patrocinada tanto por governos de direita quanto de esquerda, seria enfadonho (embora o pensamento conservador sempre queira atribuir a culpa de tudo às vitimas, citando as pequenas ilhas de prosperidades mundiais como exemplos, apesar de estas já estarem sendo engolidas pelo fogo da destruição e autodestruição capitalista). 

Não é necessário fazê-lo, pois, quem o quiser comprovar, só precisa consultar as estatísticas oficiais disponíveis: ainda que manipuladas, elas bem demonstram a verdadeira natureza da vida mercantil, pois, em que pesem todos os ganhos do saber obtidos pela humanidade, o capital não conseguiu (e nem poderia) resgatar esta mesma humanidade de sua eterna escravidão e da pobreza milenar que agora se aprofunda.    

Está pra lá de evidenciada a incongruência de uma prática social que nos passa despercebida justamente por achamos que andar para frente: o ato de comprar e vender

Conjecturo que daqui a alguns séculos, quando a vida social atingir outro estágio (se não formos dizimados pela barbárie de uma hecatombe nuclear ou da catástrofe ecológica bastante plausível se continuarmos emitindo na atmosfera o gás carbônico que produz o efeito-estufa), os pósteros se referirão a nós como pobres coitados incapazes de discernirem o motivo de seus infortúnios.  

Vão considerar-nos, com toda razão, como seres bárbaros destituídos de racionalidade, por termos vivido dentro da ilogia de uma relação social que nega a capacidade de provimento material e sustentável da própria vida. Estranharão a existência e o significado irracional da compra e venda como forma de mediação social. 

A compra e venda nada mais é do que uma troca quantificada de mercadorias, mediada pela mercadoria dinheiro, que é a única que não tem valor de uso, e que representa a abstração valor, tornada real, que por sua vez representa um quantum de horas de trabalho objetivado (coagulado) na mercadoria pronta, ou seja, de trabalho materializado num objeto qualquer transformado em mercadoria.

O valor de um bem, que é expresso num padrão monetário qualquer, quantificado num número (como p. ex., um veículo que valha US$ 10 mil, R$ 36 mil, ou qualquer outra quantidade de dinheiro em moeda diferente), corresponderá sempre à expressão média de uma quantidade de valor mundial fixo, que, por sua vez, deve representar um quantitativo de valor de horas de trabalhos abstratos empregados na fabricação da mercadoria (dentro da lógica econômica, numa média mundial. 

É por isto que, quando um trabalhador chinês, indiano ou boliviano trabalha em São Paulo por um prato de comida, há uma dessubstancialização mundial do valor das mercadorias. Mas, é necessário desvendarem-se os mistérios que estão embutidos no ato de comprar e vender, submetendo negativamente toda a sociedade.

A mercadoria é trocada no mercado pela mercadoria dinheiro, e é aí, na circulação, que se materializa a acumulação capitalista, fruto do trabalho excedente não pago pelo capitalista e subtraído ao trabalhador. Resumo: o capital, por meio da compra e venda de mercadorias, troca dinheiro por mais dinheiro (D=M=D’), e o trabalhador não participa desse processo de acumulação senão como coadjuvante e inocente útil, pois somente recebe o valor do trabalho necessário à sua precária sobrevivência, ou seja, uma pequena parte do valor que produziu e com o qual compra apenas algumas mercadorias indispensáveis ao seu sustento.

Somente uma parcela da população tem acesso às mercadorias mais caras (como boa habitação). O ato de comprar e vender, que nos parece natural e eficaz do ponto de vista da obtenção dos bens necessários à vida, é a ponta invisível de um grande iceberg de negatividade social. 

A compra e venda é um artifício complementar de escravização subliminar, tanto quanto a extração de mais valia, e por isso mesmo imperceptível, mas sem a qual a vida mercantil deixa de existir.

Pode parecer estranho às nossas mentes aculturadas na admissão da negatividade mercantil como uma relação social inocente e civilizatória, a denúncia de que a compra e venda é uma prática abominável. 

Assim, para o bem de todos (e até dos capitalistas enclausurados nas suas gaiolas de ouro temendo a violência urbana, e que serão, também, atingidos pelo aquecimento global caso não se supere aquilo que eles mesmos defendem), dizemos: produzir para distribuir de acordo com as necessidades sociais e dentro de critérios aceitáveis de localização e possibilidade, e não para comprar e vender, é a única saída para a humanidade. (por Dalton Rosado).

Fonte: naufrago-da-utopia.blogspot.com.br

A Guerra Civil dos Estados Unidos e a crise da escravidão no Brasil*

1863: Estados Unidos abolem a escravidão.

Em 1° de janeiro de 1863, entrava em vigor o Ato de Emancipação assinado pelo presidente Abraham Lincoln. O ponto central da lei era a libertação de cerca de 4 milhões de escravos negros.

A abolição visava também acabar com os maus-tratos impostos aos negros nos EUA

"Não haverá tranquilidade nem sossego na América enquanto o negro não tiver garantidos os seus direitos de cidadão… Enquanto não chegar o radiante dia da justiça… A luta dos negros por liberdade e igualdade de direitos ainda está longe do fim", declarou Martin Luther King na lendária marcha pelos direitos civis rumo a Washington em 1963.

Essa era a situação nos Estados Unidos cem anos após a abolição da escravatura através da chamada Emancipation Proclamation, promulgada a 1° de janeiro de 1863 pelo presidente Abraham Lincoln.

Desde o início da colonização, em 1619, quando os primeiros escravos chegaram a Jamestown, os problemas da escravidão e a luta pela libertação dos negros marcaram a história dos EUA e, muitas vezes, dividiram a nação.

Às vésperas da Guerra da Secessão (1861–1865), 8 milhões de brancos e 4 milhões de negros (cerca de 500 mil livres) viviam no Sul dos EUA. A estrutura agrária servia de argumento para se afirmar a necessidade da escravidão na região. A discriminação racial era justificada pela crença na suposta desigualdade entre os seres humanos.

Estopim do conflito- Quando o Congresso proibiu oficialmente a importação de escravos em 1808, 
ninguém imaginava que as divergências entre o Norte industrializado e o Sul agrícola fossem se agravar tanto, a ponto de culminar numa guerra civil. A escravidão foi o estopim do conflito, mas suas causas foram um complexo emaranhado de fatores socioeconômicos e político-culturais.

Na primeira fase do conflito, o Norte lutou pela unidade da nação e não pela abolição da escravatura. Tanto que o presidente Abraham Lincoln escreveu a um jornalista: "Se eu pudesse salvar a união sem libertar um único escravo, eu o faria".
Ao ver que os nortistas não conquistavam vitórias decisivas, Lincoln aderiu às reivindicações dos republicanos radicais e abolicionistas, e transformou a guerra contra os "Estados rebeldes" numa luta contra a escravidão.

Proibição tardia- Os Estados do Norte vincularam ao Ato de Emancipação de 1° de janeiro de 1863 uma reestruturação do sistema social do Sul. Os negros passaram a ser recrutados pelo exército nortista, mas a proclamação de Lincoln não significou uma abolição institucionalizada da escravatura.
Os 4 milhões de negros ainda tiveram de esperar até dezembro de 1865, quando o Congresso proibiu oficialmente a escravidão nos Estados Unidos através da 13ª Emenda Constitucional.

Pelo artigo suplementar 14, os negros obtiveram direitos iguais aos brancos em 1868. Dois anos mais tarde, 
o artigo 15 garantiu-lhes a igualdade de direito eleitoral. Estados como Carolina do Sul, Mississippi e Louisiana, porém, deram um jeito de burlar os direitos dos escravos libertados, mantendo restrições legais, os chamados black codes.
Alguns Estados e municípios, não só no Sul dos EUA, encontram ainda hoje meios e caminhos para "manter o negro em seu lugar". Vinculam, por exemplo, o direito de votar a complicadas provas ou inatingíveis patamares de renda mínima.

Igualdade não concretizada- Uma situação que persiste até a atualidade, segundo Martin Luther King 3º, filho do líder negro assassinado: "Naturalmente, hoje temos liberdade de opinião, imprensa e religião. Mas algumas outras liberdades faltam. Basta pensar, por exemplo, nos altos escalões empresariais, claramente dominados por homens brancos. Por isso, temos de nos esforçar para sermos a nação que pretendemos ser".

Se liga: A Declaração de Emancipação de Lincoln não conseguiu acabar, de repente, com a humilhação da raça negra. Ela também não impediu a violência contra os negros. Ao contrário, motivou até mesmo a criação de sociedades secretas, como a Ku Klux Klan, que estabeleceram como objetivo manter a hegemonia branca no Sul do país. Uma prova do êxito desse tipo de organização é que somente em 1967 foram anuladas as últimas leis de proibição de casamentos mistos.

E o Brasil ? - Guerra Civil norte-americana (1861-1865) conformou o quadro da crise da escravidão no 
Brasil. Para tanto, ele é desenvolvido em dois planos. O primeiro se refere ao impacto político direto da Guerra Civil, da abolição em 1865 e da Reconstrução sobre o debate político e as deliberações parlamentares relativas à escravidão no Brasil, com as lentes especialmente voltadas para o período de 1861 a 1871. O segundo se reporta ao impacto do notável crescimento econômico dos Estados Unidos postbellum sobre as relações sociais escravistas do Império do Brasil, após a aprovação da lei do ventre livre em 1871.
Para finalizar, gostaria de registrar duas dimensões específicas do impacto da Guerra Civil norte-americana sobre a escravidão brasileira, cada qual com tessituras temporais distintas.56 Em primeiro lugar, o impacto direto, observável pelos atores coevos, com desdobramentos evidentes no encaminhamento político da matéria. Foi esse impacto que levou tanto à proposição e aprovação da lei do ventre livre, como à conformação um campo de experiências que orientou a atuação dos atores políticos e sociais do Império do Brasil após 1871. A cada debate público em que se evocava o passado e o presente globais, a experiência dos Estados Unidos informava os horizontes de atuação disponíveis aos atores brasileiros. Mesmo que tenha sido utilizada quase que exclusivamente pelos abolicionistas, a trajetória norte-americana estava aberta a múltiplas leituras, como exemplo concreto e como arma retórica. Em segundo lugar, o impacto da reorganização da economia mundial que se seguiu à Guerra Civil. Pouco compreendida pelos contemporâneos, talvez esta tenha sido a força mais decisiva a conformar o campo de atuação disponível aos brasileiros daquela época. A crise da escravidão brasileira, com polarizações regionais a travejá-la a 
cada passo, deve ser compreendida como uma crise econômica com dimensões globais, que estabeleceram os limites do possível no processo de transformação histórica local. A abolição da escravidão em 1888 resultou de ações e decisões tomadas dentro dos marcos do Estado nacional brasileiro, por múltiplos atores sociais. 57 Mas, sem o acontecimento da Guerra Civil norte-americana, o fim da escravidão do Brasil não teria se dado como se deu. Muito provavelmente, a instituição teria entrado vigorosa no século XX – e sabe-se lá quando teria sido abolida.

Um afro abraço.
Claudia Vitalino.
Fonte: http://p.dw.com/p/1Ym1

VALE ESTE – Festival de Cinema no ParkShoppingCampoGrande RJ

CINERJ
Fonte: BRASIL CULTURA
RIO DE JANEIRO –  O maior festival de cinema da Zona Oeste acontecerá de 11 a 15 de outubro e espera 20 mil pessoas, em cinco dias de evento, no ParkShoppingCampoGrande. Para exibir grandes sucessos da indústria cinematográfica, o shopping disponibilizou uma área de 3.600 m2, incluindo um gramado sintético com pufes e espreguiçadeiras, praça de alimentação com 400 lugares, food e beer trucks, e um telão de 112 m2 com projetor de alta definição.
As crianças terão sessões especiais a partir de 18h15, mas desde as 15h já terá muitas atividades lúdicas, com caricaturistas ao vivo, cover do Charlie Chaplin fazendo mímicas e mímicos-sombra. O público poderá tirar fotos gratuitas com personagens e também em ambientes especiais com decorações alusivas a cenários de cinema.
Para os adultos, a sessão começa às 21h15 e o evento encerra às 23h, com DJ e músicos apresentando trilhas sonoras conhecidas. As ações de interação vão entreter toda a família, todos os dias, de 16h às 19h. No último dia do evento, 15 de outubro, haverá uma sessão única às 19h30.
Programação:
4ª feira, dia 11/10:
19h – ‘Shrek’ (livre)
21h15 – ‘O Bebê de Bridget Jones’ (12 anos)
5ª feira, dia 12/10:
18h15 – ‘Moana’ (livre)
20h20 – ‘Minions’ (livre)
6ª feira, dia 13/10:
19h – ‘Os pinguins de Madagascar’ (livre)
21h15 – ‘Um Espião e Meio’ (14 anos)
Sábado, dia 14/10:
19h – ‘Trolls’ (livre)
21h15 – ‘Capitão América: Guerra Civil’ (12 anos)
Domingo, dia 15/10:
Sessão única às 19h30 – ‘Os Caça Fantasmas’ (10 anos)
SERVIÇO: Festival de cinema
Dias: 11/10 a 15/10 (quarta a domingo).
Hora: 15h à meia-noite.
Sessões: de 11/10 a 14/10, infantil a partir de 18h15 e adulto às 21h15. No dia 15/10, sessão única às 19h30.
Ações interativas: 16h às 19h.
Programação completa no site www.parkshoppingcampogrande.com.br
Endereço: Estrada do Monteiro, 1200 – Campo Grande, Rio de Janeiro. Tel.: 2414-7417 – Call Center: 3003-4175.
Entrada: 1 kg de alimento não perecível ou itens de higiene pessoal.