"A Escola É a Liberdade do Brasil" convoca sociedade e estudantes a lutar por prioridade para a área, em detrimento de projetos neoliberais
Na última quarta-feira, 25 de julho, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas completou 70 anos no mesmo dia em que convoca os estudante de todo o País a lutar pelo ensino público nacional. Na avaliação dos secundaristas, que se reuniram no último fim de semana em um Seminário de Educação, a escola pública é cada vez mais sucateada no Brasil, principalmente após o golpe político-parlamentar que instalou uma lógica neoliberal no Brasil. Hoje, uma Emenda Constitucional proíbe o aumento de investimentos para a área nos próximos 20 anos.
“É como Darcy Ribeiro já dizia nos anos 1970: a crise na educação não é uma crise, é um projeto. É nosso dever, enquanto estudantes, denunciar para a sociedade que este projeto de precarização vai contra o futuro de todos nós, vai contra a construção de um país soberano”, afirma Pedro Gorki, presidente da UBES.
Os secundaristas lembram que a Constituição Brasileira, assim como a Lei do Plano Nacional de Educação conquistada em 2014, apontam para uma formação emancipadora como direito de toda a população. Por isso, acreditam, é momento de chamar atenção para a necessidade de prioridade ao assunto, ainda mais em ano eleitoral.
A campanha “A Escola É a Liberdade do Brasil” será levada a jovens de todo o Brasil por meio do movimento estudantil. (leia abaixo).
UBES, 70
A UBES foi fundada em 1948 para unir e defender secundaristas do Brasil todo, a partir da unidade da juventude na campanha pela criação da Petrobrás. Hoje são mais de 40 mil jovens de ensino fundamental, médio, profissionalizante e pré-vestibular representados pela entidade. Desde o início, luta por causas como fim de taxas escolares ou direito a transporte gratuito para estudantes. Entre as conquistas, estão a Lei do Grêmio Livre, de 1985, o direito ao voto a partir dos 16 anos, de 1988, e o Plano Nacional de Educação em 2014 (uma Lei que determina maior investimento para a área no prazo de 10 anos).
Além disso, a entidade colabora para a construção de uma nação soberana e democrática. Os estudantes já protagonizaram campanhas nacionais fundamentais para a história do País, como “O Petróleo É Nosso”, nos anos 1940, “Diretas Já!”, nos anos 1960, o “Fora Collor” dos anos 1990 e a denúncia do Golpe político-midiático de 2016. Sem falar da participação decisiva na luta contra a Ditadura Militar, período em que a representação foi colocada na ilegalidade.
A Escola É a Liberdade do Brasil
Impossível frequentar uma escola pública no Brasil e não se revoltar com a precariedade das estruturas, má remuneração dos professores, falta de merenda e materiais. E se nós, estudantes, denunciamos a situação, não é apenas porque sonhamos com uma formação digna, tentamos escapar de taxas de evasão e subempregos. Lutamos porque acreditamos em outra história para o nosso país. Uma história de prosperidade e soberania. E sabemos que temos condições para isso.
A própria Constituição Brasileira aponta o caminho. O Plano Nacional de Educação, de 2014, aponta o caminho. Mas nos últimos anos assistimos, pelo contrário, a reformas enganosas, propostas de censura ao ambiente escolar e o congelamento do nosso futuro por ajustes fiscais. Nos estados, fechamento de unidades e militarização de colégios.
Parece que, a alguns, interessa um país que não aprende a pensar por si, que não aproveita sua força para o próprio crescimento. Convocamos todos que não fazem parte deste grupo a se unir por prioridade urgente à escola pública. Exigimos projeto, atenção e financiamento! Exigimos a lei: uma escola que prepare para o pleno desenvolvimento da pessoa, para o trabalho e, principalmente, para o exercício da cidadania.
Herdamos a luta de gigantes como Darcy Ribeiro, Antonio Cândido, Paulo Freire, Anísio Teixeira, que avisaram: sem educação pública, não há democracia. Não permitimos que abandonem um ideal grandioso em nome de projetos neoliberais ou antidemocráticos. A escola pública é a única chance de liberdade do Brasil e a hora de lutar por ela é agora! Junte-se a nós.
Estudantes em defesa da escola pública!
UBES, julho de 2018
Adaptado pelo CPC/RN, em 06/06/2018
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